No último domingo, dia 26 de abril, ocorreram, em diversas cidades do Brasil, atos para “descomemorar” os 50 anos da Rede Globo. Organizado pela CUT e movimentos sociais, as manifestações tiveram como objetivo relembrar episódios em que a emissora manipulou informações e prestou um desserviço ao país.
Durante os atos, os manifestantes lembraram que a emissora, desde a sua fundação, criminaliza os movimentos sociais e as centrais sindicais. Eles criticaram também o fato de não terem poupado esforços para legitimar o regime militar durante a ditadura.
Há, no jornalismo, alguns casos clássicos de manipulação de informações pela rede Globo, que servem de referência em universidades para ilustrar a falta de ética e a parcialidade mascarada de alguns veículos de comunicação da direita.
Um desses casos é a manifestação pelas Diretas Já, em 1984, que reuniu centenas de milhares de pessoas na Praça da Sé, em São Paulo, e a Globo noticiou o ato como uma comemoração pelo aniversário da capital.
Já em 1989, a Globo nitidamente editou o compacto do último debate entre os candidatos Lula e Collor de Mello, exibido às vésperas da eleição em segundo turno, para favorecer o candidato Collor, que representava os interesses da alta burguesia econômica do país.
No impeachment de Collor, a Globo fez questão de omitir a participação dos movimentos sociais e sindicais nos protestos contra a corrupção do presidente, preferindo colorir suas reportagens com personagens de caras pintadas, sem a opção ideológica declaradamente de esquerda dos demais manifestantes.
Nos anos seguintes, a opção pelo neoliberalismo econômico do PSDB só não foi mais declarada porque era mais oportuno se esconder por trás de uma máscara de imparcialidade.
Em 1994, o ex-governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, conquistou na Justiça um direito de resposta contra as manipulações da TV, que teve que ser lido ao vivo, muito a contragosto, pelo então apresentador do JN, Cid Moreira.
Muitas outras matérias tendenciosas se seguiram, como a bolinha de papel na cabeça do candidato a presidente José Serra (PSDB), o preferido da emissora em 2010.
Em 2013, pressionada pelas críticas à Globo durante as manifestações de rua daquele ano, a emissora foi obrigada a reconhecer, no Jornal Nacional, que havia cometido “os erros” de apoiar o golpe em 1964 e de ter se omitido durante as Diretas Já, em 1984.
Essas manipulações políticas, somadas à ditadura cultural que o Globo tenta impor à sociedade, fazem a emissora merecer o repúdio que ela cultiva junto à boa parte dos brasileiros.
Mas o SMetal deixa claro: quem merece esse repúdio é a instituição Rede Globo e sua diretoria, não as equipes de reportagem que percorrem as ruas no dia-a-dia. Esses são trabalhadores como os demais profissionais de qualquer ramo. As exceções ficam por conta dos âncoras paus-mandados dos desmandos da emissora, como Willian Bonner e Willlian Waack, este último suspeito de ser um informante da Cia, dos Estados Unidos, no Brasil.