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Editorial

Palavra da Diretoria – Antes, o diálogo

Palavra da diretoria aborda o despejo do Banco de Alimentos de Piedade

Imprensa SMetal

Alimento e nutrição são exigências inegociáveis para a existência, um direito básico à vida. O posto avançado do Banco de Alimentos de Sorocaba, em Piedade, desde sua inauguração em 2013 – após três anos de reforma promovida pelo próprio Banco – além de referência aos produtores rurais da cidade, contribuía com uma distribuição mais eficiente de alimentos a dezenas de entidades assistenciais.

Com o Banco de Alimentos, a produção excedente de frutas, verduras e legumes dos agricultores de Piedade, além da contribuição de mercados e outros setores, abastecem os pratos de centenas de crianças, jovens e adultos carentes não apenas de vitaminas, mas de atenção social e política.

Por isso, ao colocar no olho da rua o posto avançado do Banco em Piedade, a prefeita Maria Vicentina (PSDB) desprezou uma das soluções encontradas para combater alguns dos maiores problemas enfrentados pela humanidade, que são o combate à fome e à miséria e a necessidade de haver um esforço comum para resgatar a cidadania da população carente.

A ação promovida este mês pela administração de Piedade transcorreu de forma autoritária ao não se criar nenhum diálogo anteriormente. O despejo chegou via notificação extrajudicial cancelando um contrato de comodato com 16 anos de antecedência.

Ao prejudicar toda a sociedade e ignorar um movimento de empenho de agricultores e entusiastas da solidariedade para garantir uma alimentação mais saudável, o despejo demonstra mesquinhez política e partidária por parte da administração pública municipal de Piedade.

O posto avançado funcionava na escola desativada do clube Kai- Kan, em Piedade e foi cedido ao Banco de Alimentos de Sorocaba por meio do Decreto 4.991, assinado pelo prefeito da época Geremias Pinto (PT), em 8 de janeiro de 2010. O prazo do documento para permissão de uso é de 20 anos.

Para se iniciar o trabalho do posto, de coleta e distribuição de alimentos oriundos do excedente de produção dos agricultores, foi preciso muito empenho na reforma, finalizada em 2013, com a inauguração.

Uma sala do local, que ficou sem reforma, foi solicitada pela Escola Técnica de Piedade para se guardar carteiras e cadeiras, já que a própria escola continua aguardando local adequado para suas instalações.

Sem prejudicar o andamento dos trabalhos do Banco de Alimentos essa sala foi cedida, como forma de parceria com a Escola Técnica de Piedade e, portanto, como contribuição ao ensino profissionalizante gratuito na cidade.

Esse gesto benemérito do Banco de Alimentos serviu de alegação esdrúxula e marota para a prefeita tucana impor o despejo. Segundo a notificação extrajudicial assinada pelo procurador jurídico municipal, Renato Lima Júnior e pela assessora jurídica Caroline Marssaroto de Góes, “o prédio estava sendo utilizado para outros fins”.

O Banco de Alimentos manterá os esforços para dar continuidade ao atendimento às entidades de Piedade, apesar das dificuldades criadas por uma administração insensível, revanchista, autoritária e desprovida de grandeza política.

O SMetal, em defesa dos movimentos sociais pela luta contra as desigualdades sociais, acredita que divergências políticas não devem ferir a coletividade e que o diálogo é sempre o melhor caminho.

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