Umas das modalidades do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), retomado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é a doação simultânea. Funciona da seguinte maneira: o governo compra a produção dos agricultores familiares e destina, por meio de entidades, para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
O BAS (Banco de Alimentos de Sorocaba) era uma das entidades que recebiam esses produtos. A coordenadora da entidade, a assistente social Meire Ellen Rodrigues, conta que, com o Programa, em média, 80 toneladas de alimentos eram recebidas todo mês.
“Nessa época, nós tínhamos uma grande variedade de alimentos – frutas, legumes e verduras. Eram produtos de qualidade que chegavam toda semana e eram destinados para as entidades cadastradas pelo BAS, que, por sua vez, levam essas doações para as mesas das famílias que mais precisam”, detalha.
Meire explica que, com o PAA, os produtos eram colhidos pelos agricultores familiares na segunda-feira e entregues para o Banco de Alimentos na terça-feira. Os voluntários da BAS faziam a triagem e higienização dos alimentos para destinar às entidades cadastradas.
“Com isso, atendíamos 120 entidades de Sorocaba e mais dez municípios, fazendo chegar alimento saudável para cerca de 25 mil pessoas, todas em situação de vulnerabilidade social”, enfatiza Meire.
Além disso, por meio do Programa, o BAS atendia 900 famílias em Sorocaba em 16 pontos diferentes da cidade com o Projeto Cesta Verde. “Eram 900 cestas de hortifrutis entregues por semana e distribuídas a famílias de baixa vulnerabilidade social atendidas pelos Centros de Referência de Assistência Social do município”, conta.
Com o desmonte do PAA, o atendimento realizado pelo BAS caiu. Hoje, a entidade recebe doações de supermercados e dos permissionários e comerciantes fixos da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), em Sorocaba. O espaço do Ceagesp, aliás, pode ter uma Central de Cooperativas para auxiliar no PAA.
De acordo com Meire, o BAS recebeu, em 2023, uma média de 20 toneladas de alimentos por mês. “Atendemos 80 entidades em Sorocaba e região com que conseguimos arrecadar. O PAA fazia uma diferença enorme e temos a esperança de poder voltar a atender muito mais pessoas que realmente precisam de um prato de comida na mesa.”
Novo PAA no combate à fome
Para o presidente do Banco de Alimentos, Tiago Almeida do Nascimento, a extinção do Programa de Aquisição de Alimentos foi um grande equívoco dos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro. “A visão política distorcida e errada dos governos passados agravou a situação e colocou o Brasil de volta no Mapa da Fome. O País precisa de uma política para segurança alimentar porque temos milhões de pessoas padecendo sem três refeições por dia ou, muitas vezes, sem nenhuma refeição diária.”
Ele destaca que a retomada do Programa é motivo de alegria e satisfação. “Durante os governos Lula e Dilma, o PAA foi uma importante política de combate à fome e também de incentivo à produção agrícola, principalmente dos pequenos produtores, dos agricultores familiares e dos assentados. Com essa política pública, o Brasil garantiu comida na mesa de milhares de famílias e saiu do Mapa da Fome.”
Tiago completa que o “Banco de Alimentos faz questão de estar junto com o governo para ampliação e manutenção do PAA para garantir alimento para quem mais precisa, que são as famílias pobres e vulneráveis desse país”.